Olhos marejados, cega de raiva
Sobe correndo, tropeça na escada
Rala o joelho, cai de bruços
O choro há muito contido, explode
Ninguém ouve seu lamento, a casa está vácua
Nunca há alguém por perto quando se trata de ouvi-la
Coxeando, sozinha, sangrando, torna a subir
Lava a ferida, o sangue e as lágrimas
Despe-se, veste-se, pinta os lábios de carmim
Ao encontrar os amigos, exala felicidade
Sua casa não é um lar
E nenhum deles sabe o que de fato há sob seus sorrisos
Forte, mas receosa demais para procurar auxílio
Frágil, mas suficientemente capacitada a suportar tudo sozinha
Sem que o copo transborde
Meses arrastaram-se como décadas
Cansada de sufocar na garganta
O que o anseio quer que fuja,
Atravessou a rua
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