Você já leu/assistiu aos filmes ou ao menos conhece um pouco da série "Harry Potter", obra fictícia da escritora britânica J.K. Rowling? Então, sem dúvidas, ao menos uma vez pensou na possibilidade de se pôr no lugar da ácida jornalista Rita Skeeter e falar algumas verdades (nem tão verdadeiras assim), por algum motivo, a respeito de alguém indesejável.
É exatamente esta a proposta da primeira atividade do Prêmio Relíquias da HPB, da comunidade Harry Potter Brasil, no Orkut. Os participantes têm que elaborar uma história fictícia a respeito da vida do personagem Alvo Dumbledore, baseando-se no comportamento de Skeeter.
A minha fiction aborda um dos maiores mistérios que rodam a vida do diretor de Hogwarts: a morte de sua irmã mais nova, Ariana. Divirtam-se.
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Capítulo VII: Acerca da morte de Ariana Dumbledore
Se você, querido leitor, chegou até aqui, é porque de fato está disposto a saber tudo a respeito da longa e tenebrosa vida de Alvo Dumbledore. Foram anos de pesquisa e árduo trabalho para fazer com que este exemplar chegasse às suas mãos. No entanto, não se pode negar, todo o esforço valeu a pena. Apresentando em fatos concretos o que ninguém jamais conseguiu provar, eu, Rita Skeeter, trago até vocês a revelação do segredo que muitos alegam ser o maior da vida de Alvo: a morte de Ariana Dumbledore, na íntegra.
Sendo a caçula entre três irmãos, Ariana Dumbledore, possuidora de expressivos olhos azuis, longa cabeleira dourada e rosto angelical, não era tratada como as jovens de sua idade. Seus pais desde cedo fizeram questão de escondê-la de toda a sociedade bruxa, alegando saúde fragilizada. Muitos perguntam-se por que o fizeram, e outros tantos dizem ter a resposta: a menina era, na verdade, um aborto (filho de pais bruxos que nasce sem capacidade de praticar magia). Como pôde Alvo, com toda a sua dita dignidade, compaixão e compreensão ser cúmplice de algo desta espécie?, eu me pergunto. A resposta, queridos, é muito mais complexa do que se pode imaginar.
Ariana, na verdade, não era um aborto. Desde os primeiros anos de vida mostrava resquícios da genialidade que Alvo revelara anos antes. Na verdade, não só resquícios, alegou Philip Meekear, ex-vizinho dos Dumbledore e amigo de infância Percival, pai de Alvo. “Aos quatro anos de idade a menina era capaz de executar impecavelmente o feitiço Levicorpus, o qual utilizou em suas peripécias, por vezes seguidas, em seu irmão, Alvo”, informou-me Meekear, exclusivamente, meses antes de sua morte.
Não querendo que sua irmã ofuscasse o brilho dos holofotes que estavam mirados para si, em um ato de total desumanidade, Dumbledore coagiu os pais a escondê-la, já que os mesmos não tinham muita alternativa, pois volta e meia recorriam ao dinheiro que ele recebia pelos trabalhos que fazia fora de Hogwarts. Por este motivo, a relação entre Ariana e Alvo sempre fora muito delicada. Contudo, o inverso acontecia entre ela e Aberforth, seu irmão do meio, ao qual depositou todo o amor que o restante de sua família rejeitava.
Mantida em cárcere privado - assegurado pelo uso de alguns feitiços invioláveis -, Ariana só recebia informações do mundo exterior através de Aberforth, que à época estudava em Hogwarts. Fotos, fatos, jogos, cartas, festas: irrefreável utopia para uma garotinha que involuntariamente se viu obrigada a abrir mão de tudo. Em uma dessas conversas, Ariana conheceu Horácio Slughorn, amigo de Aberforth (e também de Alvo). Apesar de pertencer à casa de Salazar Slytherin, Horácio apresentava-se uma pessoa adversa às doutrinas dos demais sonserinos: além de ser a personificação da simpatia, não dava a mínima para a dita “pureza do sangue”, comentou Dumbledore em entrevista à revista “O Pasquim”, editada pelo lunático Xeno Lovegood, residente de Ottery St. Catchpole, quando Slughorn assumiu o cargo de Mestre das Poções em Hogwarts.
A amizade entre Slughorn e os Dumbledore foi crescendo tão intensamente que, por incrível que pareça, ele foi convidado pelos próprios pais de Alvo, em certo ano, a passar o natal em Godric’s Hollow. Percival e Kandra, obviamente, nada sabiam da amizade que nascera entre Horácio e Ariana – eles se comunicavam por cartas, secretamente, com a ajuda de Aberforth. Ele, de fato, foi um dos poucos (provavelmente o único fora da família) que tivera a oportunidade de conhecer Ariana em seu início de adolescência. Esta breve visita, contudo, fora suficiente para fazer aflorar na pobre garotinha (a essa altura supertranstornada psicologicamente) uma secreta e esmagadora paixão pelo sonserino. Paixão esta que, pasmem, durou anos - antes de começar a lecionar em Hogwarts, Slughorn jamais ficara sabendo dessa paixão tresloucada. No ano seguinte, Percival Dumbledore morria em Azkaban.
A cada ano que passava Ariana sentia-se mais deprimida. Nesta época, meus caros, toda a fétida podridão que exalava das atitudes de seus demais familiares havia se entranhado em seu cérebro, assim como veneno de basilisco sob uma ferida, de forma a deixá-la cada vez mais louca. Reflexo dessa loucura, Ariana, em meio a uma discussão calorosa com Kendra, conseguira roubar sua a varinha e lançar sobre sua própria mãe uma Maldição Imperdoável: a Maldição da Morte. A meu ver, não havia punição mais justa para aquela monstruosa senhora. Nada aconteceu à menina, pois não havia forma de provar o assassinato - e convenhamos, quem desconfiaria de alguém que supostamente vivia doente a ponto de não poder colocar o rosto para fora de casa? Como diriam os trouxas, cada um colhe o que planta: Percival e Ariana já o haviam feito; quem seria o próximo?
Alvo, Aberforth e Ariana, agora órfãos, só tinham um ao outro. Como Alvo era o mais velho entre os três, precocemente viu-se forçado a assumir uma responsabilidade que a principio não era sua: tomar conta dos irmãos mais novos e sustentar a casa, adiando assim seu plano de dar a volta ao mundo com Elifas “Bafo de Cão” Doge. No mesmo mês, o sobrinho-neto de Batilda Bagshot, Gerardo Grindelwald (com quem Alvo mantera uma relação homoafetiva, a qual será tratada no próximo capítulo), chegava a Godric’s Hollow para uma visita. Sentindo o peso da responsabilidade sobre seus ombros ao mesmo tempo em que se afastara de todos os amigos, Dumbledore precisava mais do que nunca de alguém com quem conversar. Mais que rapidamente encontrou em Grindelwald o que buscava.
Não que eu abomine totalmente as práticas homossexuais, longe de mim. No entanto, além de ser extremamente imoral se relacionar com alguém do mesmo sexo e trazer por conseqüência constrangimento para toda a família dos envolvidos, este foi o único motivo para que a pobre Ariana morresse tão precocemente. Como? Direi a seguir. Contudo, preparem-se: NADA dito neste livro, até o momento, alcança tal nível de incredulidade. Os fatos chocam, meus caros. Portanto, peço que, se alguma criança estiver acompanhando os relatos, que pare imediatamente.
Enquanto Alvo era motivo de orgulho para os pais, e Ariana, vergonha, Aberforth crescia apático a essa situação. Sua relação com o Percival e Kendra não era conflituosa. Contudo, ele nunca recebera tanto amor quanto Alvo ou tanta atenção quanto Ariana. Na escola, a sombra da genialidade de seu irmão mais velho perseguia-o por onde fosse. Sempre ficava em segundo plano. Na verdade, Aberforth nunca tivera muito juízo, e depois da morte dos pais, pareceu enlouquecer de vez. Foi acusado de lançar feitiços ilegais em um bode, e por conta do incidente, resolveu largar Hogwarts. Algum tempo depois começou a trabalhar no bar Cabeça de Javali, o qual o pertence a ele nos dias de hoje.
Depois de setembro, quando o tempo começou a esfriar, Aberforth resolveu que já era hora de partir para Hogsmeade, levando Ariana consigo. Viajou à noite, de vassoura, até o vilarejo a fim de resolver os últimos detalhes de sua partida. Quando chegou em casa, chamou mas ninguém respondeu. Alvo não estava (havia deixado um bilhete avisando que tivera que ir às pressas resolver um acidente com caldeirões no Beco Diagonal) e Ariana, provavelmente, estaria em seus aposentos. Ao começar a andar pelo corredor, notou que havia silêncio demais nos arredores. Ariana gostava muito de cantar, e assim sendo, a casa nunca estava totalmente silenciosa. Quando abriu a porta, encontrou-a desacordada, com o perdão de Merlin, sendo molestada por Gerardo Grindelwald, amigo e até onde se sabe, amante de Alvo. Um sentimento de fúria inominável perpassou todo o corpo de Aberforth e, mais que depressa, empunhou a varinha e partiu para cima do rapaz. Quase que simultaneamente, Alvo rompia pela porta e tentava apartar a briga que iniciou-se sem ele saber o motivo. Jorros de luz e maldições jogadas ao vento inundaram o quarto. Ariana despertou de seu sono enfeitiçado e, não sabendo o que havia, saltou de pronto da cama e tentou acalmar a situação. Pobre menina. No instante em que se aproximara dos três rapazes, um jorro de luz verde atingiu-a em cheio no peito. Ariana tombou de lado, com os grandes olhos azuis arregalados e a boca em formato de “O”, para nunca mais acordar.
No instante em que a infeliz caía morta no chão do quarto, Grindelwald desaparatava para a casa de Batilda, e dali, para a Dinamarca, sua terra natal – depois deste dia, Alvo e Gerardo só se viram no Grande Duelo. Aberforth assistira ao acontecido: a Maldição Imperdoável saíra, de fato, da varinha de Alvo Dumbledore. Alvo alegara inocência. Entretanto, Aberforth insistia em dizer que o fatídico acontecimento fora voluntário. Dumbledore conseguiu convencer Aberforth a não dizer a ninguém, pois, segundo ele, nenhum dos dois suportaria mais esta humilhação frente à sociedade bruxa. No velórido de Ariana, duelaram – duelo este que gerou a famosa fratura nasal de Dumbledore. A partir daí seguiu-se uma enxurrada de teorias acerca da morte da menina. Contudo, nenhuma delas era minimamente embasada, portanto, o caso não repercutiu tanto. Slughorn, a essa altura amigo íntimo e conselheiro dos dois irmãos, fora quem oferecera assistência neste momento, o mais difícil de suas vidas.
Depois de anos e anos, Aberforth, cansado de lutar, aceitara a verdade, que segundo seu irmão, era incontestável: Alvo Dumbledore matara Ariana por acidente. Entretanto, a relação dos dois – que já não era das melhores –, nunca mais foi a mesma. Dumbledore foi consagrado o maior gênio da sociedade bruxa atual. A Aberforth, no entanto, só restou a solidão como companheira e um quadro de Ariana ainda criança, o qual pode ser visto nos dias de hoje, no interior de seu bar."
Nota¹: tive que alterar a idade e a ordem cronológica de alguns acontecimentos da obra original para a minha historinha entrar no contexto.
Nota²: quem acompanha o meu blog provavelmente me conhece o mínimo suficiente para saber que EU não defendo a opinião sobre os homossexuais como postei no texto. Como já foi dito, eu tinha que entrar na personagem.
Nota³: hahaha, esse texto ficou em primeiro lugar, então eu venci a primeira atividade! :D
Medo do texto UAHSUAHS u.u
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